quarta-feira, março 07, 2007

Graffiti

A discussão sobre se o graffiti é uma forma de arte ou não aborrece-me. A arte é independente do meio através do qual se apresenta. O graffiti, como qualquer outra forma de expressão, pode ser o que o autor conseguir fazer dele: uma crítica, um passatempo, uma banalidade, uma coisa horrenda, um crime, um incómodo, uma parvoíce, um erro, uma valente caca, um acto de vandalismo, um acto ideológico, de revolta, de libertação de tensão, uma demonstração de poder, de reafirmação social dentro de um grupo de amigos, um acaso, uma conspiração astrológica, uma declaração de intenções, um lamento, um sorriso, uma pena, pode ser algo imperdoável, inesquecível, inconsequente.. enfim: um ponto de partida, um ponto final, e tudo o que couber entre os dois.

Dito isto, não me restam dúvidas de que o graffiti pode ser uma obra de arte, assim como um quadro de uma casca de banana cor de rosa ou uma sanita rachada o podem ser. Se deve ser penalizado e proíbido? Acho que sim. Se apesar disso devem continuar a fazê-lo? Acho que sim. A estética pode não justificar os eventuais problemas que causa aos proprietários dos muros, mas por outro lado, desde quando é que se exigem justificações à beleza?

Quanto ao trabalho deste senhor, não deverão haver muitas dúvidas, dado que é um artista. E arte é o que os artistas fazem. Mas não só...